Helaine Konishi Advocacia

Testamento

Testamento

Se você está aqui buscando informações sobre testamentos, provavelmente está pensando em planejar o futuro — e eu já quero começar dizendo que isso é um gesto de cuidado e responsabilidade com as pessoas que você ama. Fazer um testamento não é apenas sobre bens e patrimônio, é sobre garantir que sua vontade seja respeitada, evitar conflitos e trazer tranquilidade para quem fica. E, sim, a dúvida sobre “quem pode receber” é muito comum, e eu estou aqui para explicar isso de forma simples e clara.

Você pode escolher quem vai receber parte dos seus bens em um testamento, mas a lei brasileira estabelece algumas regras sobre isso. Por um lado, você tem liberdade para distribuir uma parte do que possui para quem quiser — seja um amigo próximo, um sobrinho querido ou até uma instituição de caridade. Por outro, existe uma parcela do seu patrimônio que é protegida por lei e deve obrigatoriamente ser destinada aos chamados herdeiros necessários.

Mas quem são esses herdeiros necessários?

Os herdeiros necessários são aquelas pessoas que, por lei, têm direito a uma parte do seu patrimônio, mesmo que você não os mencione no testamento. São eles:

  • Seus filhos (ou, na falta deles, seus netos);
  • Seu cônjuge (ou companheiro, em caso de união estável);
  • Seus pais (ou, na falta deles, seus avós);

Essas pessoas têm direito a pelo menos 50% do seu patrimônio, que é chamada de legítima. Isso significa que, por mais que você escreva no testamento que quer deixar todos os seus bens para outra pessoa, metade obrigatoriamente vai para os herdeiros necessários, se eles existirem.
A outra metade: sua liberdade de escolha.

Agora que você já sabe que 50% do seu patrimônio vai para os herdeiros necessários, a boa notícia é que a outra metade — chamada de parte disponível — pode ser destinada a quem você quiser. Aqui, a decisão é toda sua. Você pode:

  • Deixar bens para um amigo próximo;
  • Presentear um sobrinho ou afilhado que sempre esteve ao seu lado;
  • Reconhecer o trabalho de alguém que cuidou de você;
  • Fazer uma doação para uma causa ou instituição que você admira;
  • Dividir de forma diferente entre os próprios herdeiros, caso ache que isso é mais justo.

Essa liberdade permite que você tome decisões personalizadas e que reflitam o que você acredita e sente.

Uma história para ilustrar: o caso de dona Clara

Deixe-me compartilhar uma história que pode ser elucidativa — claro, com nomes fictícios, para proteger a confidencialidade. A dona Clara me procurou porque queria fazer um testamento. Ela era viúva e tinha dois filhos, mas também tinha uma cuidadora, a Maria, que esteve ao lado dela por quase 15 anos, ajudando em tudo, desde as tarefas do dia a dia até os momentos mais difíceis de saúde.

Na conversa, dona Clara me disse: “Eu amo meus filhos, mas eles já têm suas vidas bem estabelecidas. Quero garantir que a Maria seja recompensada pelo cuidado e carinho que sempre teve comigo.”

Expliquei a ela que metade do patrimônio seria dividida igualmente entre os filhos, porque isso é o que a lei determina. Mas a outra metade poderia ser destinada à Maria sem nenhum problema. No final, dona Clara conseguiu registrar suas vontades de forma clara e garantir que todos os lados fossem respeitados. Mais importante, ela ficou em paz sabendo que sua decisão refletia o que ela sentia no coração.

E se eu não fizer um testamento?

Essa é uma pergunta igualmente importante. Se você não fizer um testamento, a divisão dos seus bens será feita de acordo com as regras gerais da lei de sucessão. Isso significa que tudo será dividido automaticamente entre os herdeiros necessários, seguindo uma ordem de prioridade. E aqui está o ponto: sem o testamento, você não terá a chance de personalizar essa distribuição ou de reconhecer outras pessoas que foram importantes na sua vida.

Como fazer um testamento?

Agora que você sabe como funciona a divisão dos bens, pode estar se perguntando: “Ok, mas por onde eu começo?”. A boa notícia é que fazer um testamento não precisa ser complicado ou burocrático. Minha estratégia para ajudar você nesse processo envolve três passos simples:

  1. Conversar e entender suas necessidades: Antes de mais nada, quero ouvir você. Quero entender sua história, sua família e o que é importante para você. Cada pessoa tem um contexto único, e o testamento deve refletir isso.
  2. Planejar de forma prática e segura: Vou te explicar as opções e ajudar a organizar seu patrimônio de forma que tudo fique claro e dentro da lei. Isso inclui identificar o que entra na legítima, o que pode ser destinado livremente e como formalizar suas vontades da melhor maneira.
  3. Registrar suas decisões: Juntos, vamos formalizar o testamento, seja de forma particular (escrito à mão) ou pública (feito diretamente no cartório). Assim, suas vontades estarão protegidas e terão validade jurídica.

 

Eu gosto de dizer que fazer um testamento não é só sobre “quem fica com o quê”. É sobre evitar conflitos, trazer segurança para sua família e garantir que seus desejos sejam respeitados. Além disso, é uma forma de cuidar de quem você ama, mesmo quando você não estiver mais aqui.

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